-Aquele é o…? - Douglas se perguntou, ao olhar pela janela do carro. -Não, não pode ser. -Quem? - Perguntou Seu Souza, o motorista de aplicativo, seus olhos fixos no farol fechado. -Nada. É que tem um cara no bar ali que me lembra um conhecido. -Entendi. Quer uma balinha? Após aceitar a bala, Douglas se sentou na outra ponta do banco acolchoado para observar a outra avenida. Enquanto os carros e motos da sua estavam parados diante do sinal vermelho, os veículos do outro lado corriam em alta velocidade, seus condutores em busca de curtição naquela noite de sábado em Ponta de Faca, a cidade aonde prédios se misturam com ipês amarelos. O rapaz sentiu-se como uma agulha em um palheiro: Dificilmente seu pai lhe acharia. - Opa, deixa nessa aí! - Douglas foi tirado de dentro dos seus pensamentos enquanto o motorista trocava de estação. -Então você curte uns “ rock ”? - Perguntou o Seu Souza enquanto a música do carro tocava. -Um pouc
-Vai, desembucha. - Disse Ana. Maurício e Marie estavam no prédio da Kegareshi junto com Ana, Douglas, Lúcia, Alexandre e Marcos. Era hora de dar explicações. -Bom, tudo começou quando meus pais morreram. - Falou Maurício. Seu tom e expressão de tristeza e cansaço foram chocantes; um enorme contraste com a postura alegre e jovial que ele costumava assumir. A ausência do sorriso o fazia parecer outra pessoa. - Eu fiquei muito abalado com aquilo, principalmente porque eu ainda não estava pronto pra viver sem eles. - Os herois ouviam tudo com atenção. Maurício fez uma pausa para enxugar as lágrimas e então continuou: - Foi mais ou menos naquela época que Igor me procurou. Imagino que ele soube que minha família mexia com Hasturs por causa do meu pai, que era maçom. -Estou curiosa. - Disse Lúcia -, como seu pai obteve o conhecimento pra criar Hasturs? -Meu avô obteve na França quando ele serviu no exército. -Peraí… - Interveio Ana
-Aqui, do jeitinho que você gosta. - Disse Lúcia ao entregar a xícara de chá para Marcos. Os olhos da moça ainda estavam marejados de lágrimas. Estavam os herois todos reunidos na Kegareshi. Lúcia, Alexandre, Ana e Douglas. -Gente, vocês não precisam olhar assim pra mim. -Comentou Marcos – Eu estou bem. -Que bom. - Falou Ana, aliviada – Mas diz aí: Como era ser Akleos? Se você não liga de falar nisso, claro. Marcos encarou sua xícara de chá antes de responder. -Eu… sentia muita dor. - O rapaz então disse. - Não só a dor de ter aquele corpo, mas a dor que eu sentia pela morte dos meus pais também foi aumentada. - Marcos mordeu um manju e bebeu um gole de chá antes de continuar – Eu também sentia a dor de todos os que foram mortos no Jogo Sagrado: Humanos, Hasturs e até homúnculos. -Pôxa… - Foi tudo o que Ana soube dizer. -Mas eu estou bem agora. - Marcos continuou, com um leve sorriso. - Quando Douglas me derrotou e eu
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