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Cidade Amarela, Capítulo 12

       Sentado em um trono feito de pétalas de ipê, o Rei Amarelo bebericava uma taça de vinho. Como ele fazia para beber usando máscara era um mistério.      -O que acha, Majestade? - Perguntou Maurício, segurando a garrafa.      Os dois estavam em uma sala do prédio criada pelo próprio Rei Amarelo para se acomodar. Teto, chão e paredes estavam cobertos por um veludo amarelo, que mais fazia lembrar um quarto de manicômio do que aonde um rei faria sua estadia.      -Não tem a mesma visceralidade que a safra de 1870, -Respondeu o Rei Amarelo, contemplando a taça em sua mão – mas Sang de Dieu é sempre bom.      -Fico feliz que o senhor ainda aprecia a humanidade. - Comentou Maurício com um sorriso.      -Vocês não são de todo ruim. - Admitiu o Rei Amarelo. - Embora estejam longe de ser a melhor espécie racional deste lado da galáxia, e existam humanidades de universos paralelos que fazem vocês parecerem uma bufonaria.      Maurício tentou manter o sorriso.      -

Cidade Amarela, capítulo 11

       Douglas, Ana, Alexandre e Lúcia estavam mais uma vez reunidos no prédio da Kegareshi.      Havia um lugar vago.      -Como está o treinamento dos policiais? - Perguntou Lúcia, tentando manter o foco na missão.      -Eu diria que razoável. - Respondeu o soldado – Mas só vai ficar bom mesmo quando tivermos acesso às armaduras.      -Entendo. - Respondeu a nikkei , cabisbaixa. - O pessoal no meu lado ainda está tentando descobrir a quantidade de poder ideal para a Chevielier ser reproduzida em larga escala.      O silêncio pairou mais uma vez.      -Alguma ideia do que era aquela coelha que arrebentou a gente? - Douglas soava como quem não ia deixar aquilo passar barato.      -Tem algo a ver com os Hasturs vivos, né?- Ana tentou contribuir pra conversa.      -Acredito que não. - Disse Lúcia. - Minha hipótese é que ela está relacionada com os motivos pessoais de Maurício em apoiar Igor. - A moça colocou a mão no queixo e encarou o teto – Mas o que seria?

Cidade Amarela, capítulo 10

       -Estou pronto. - Disse Douglas após tomar seu comprimido ansiolítico.      Dois dias se passaram desde que Douglas propôs seu plano para a Kegareshi.      Alexandre ficou encarregado de treinar a Polícia Militar para combater os monstros enquanto Lúcia convenceu as outras empresas de tecnologia da cidade a fabricarem versões massificadas da armadura Chevielier original.      Douglas e Ana subiram para o teletransporte. Para eles ficou a tarefa de encontrar Maurício.      Lúcia os transportou até Kumã. *      -Que vazio… - Comentou Douglas assim que chegaram à universidade.      -Chega a apertar o coração. - Lamentou Ana.      Kumã era a maior universidade de Ponta de Faca; em um dia normal, ela chegava a parecer uma cidade dentro da cidade.      Mas durante aqueles tempos de céu roxo e um buraco dourado que servia tanto de sol como lua, ninguém queria saber de estudo. As pessoas passavam a maior parte do tempo trancadas em casa, recebendo suprimentos