Cidade Amarela, Capítulo 12
Sentado em um trono feito de pétalas de ipê, o Rei Amarelo bebericava uma taça de vinho. Como ele fazia para beber usando máscara era um mistério. -O que acha, Majestade? - Perguntou Maurício, segurando a garrafa. Os dois estavam em uma sala do prédio criada pelo próprio Rei Amarelo para se acomodar. Teto, chão e paredes estavam cobertos por um veludo amarelo, que mais fazia lembrar um quarto de manicômio do que aonde um rei faria sua estadia. -Não tem a mesma visceralidade que a safra de 1870, -Respondeu o Rei Amarelo, contemplando a taça em sua mão – mas Sang de Dieu é sempre bom. -Fico feliz que o senhor ainda aprecia a humanidade. - Comentou Maurício com um sorriso. -Vocês não são de todo ruim. - Admitiu o Rei Amarelo. - Embora estejam longe de ser a melhor espécie racional deste lado da galáxia, e existam humanidades de universos paralelos que fazem vocês parecerem uma bufonaria. Maurício tentou manter o sorriso. -