Cidade Amarela, Capítulo 14
-Aqui, do jeitinho que você gosta. - Disse Lúcia ao entregar a xícara de chá para Marcos. Os olhos da moça ainda estavam marejados de lágrimas.
Estavam os herois todos reunidos na Kegareshi. Lúcia, Alexandre, Ana e Douglas.
-Gente, vocês não precisam olhar assim pra mim. -Comentou Marcos – Eu estou bem.
-Que bom. - Falou Ana, aliviada – Mas diz aí: Como era ser Akleos? Se você não liga de falar nisso, claro.
Marcos encarou sua xícara de chá antes de responder.
-Eu… sentia muita dor. - O rapaz então disse. - Não só a dor de ter aquele corpo, mas a dor que eu sentia pela morte dos meus pais também foi aumentada. - Marcos mordeu um manju e bebeu um gole de chá antes de continuar – Eu também sentia a dor de todos os que foram mortos no Jogo Sagrado: Humanos, Hasturs e até homúnculos.
-Pôxa… - Foi tudo o que Ana soube dizer.
-Mas eu estou bem agora. - Marcos continuou, com um leve sorriso. - Quando Douglas me derrotou e eu voltei à forma humana, pude sentir que Shutendoji entrou em contato comigo, me aliviando dessa merda.
-Que bom, cara. - Comentou Douglas.
-É bom ter você de volta no time. - Disse Alexandre.
*
-Espero não estar interrompendo nada. - Falou o Rei Amarelo, se materializando instantaneamente entre os herois.
-O que é que cê quer aqui? -Perguntou Ana.
-Oh, o que aconteceu com aquele temor de outrora? -Debochou o Rei. -Os eventos recentes endureceram o coração de vocês? Que lindo, vocês estão ficando mais fortes.
-Fala logo o que você veio fazer aqui! - Bravejou Douglas.
O Rei Amarelo soltou um risinho.
-Está bem. - Disse a entidade. - Eu vim anunciar a etapa final do Jogo Sagrado.
Silêncio.
O Rei riu mais uma vez.
-Seus rostos rígidos e estoicos não são capazes de esconder o arrepio que sentiram, mortais!
“Filho da puta”, pensou Ana.
-Eu ouvi isso, mocinha. -Disse o Rei Amarelo, que riu de novo quando Ana fez cara de espanto.
-Como será essa etapa? - Perguntou Lúcia.
O Rei estalou os dedos.
Um objeto que parecia ser uma espécie de lanterna apareceu no ar e pousou na mão do Rei Amarelo.
-Este é um sinalizador conectado à Carcosa, o lugar de onde eu vim. - O Rei Amarelo colocou a lanterna nas mãos de Douglas.
-Ao apontá-la para o portal dourado no céu – continuou o deus cósmico -, você, Ana e Alexandre serão transportados para Carcosa aonde lutarão contra Igor.
Antes que Lúcia e Marcos se manifestassem, o Rei continuou: A área daonde os três forem transportados se tornará uma arena em um raio de 250 metros a partir do ponto de onde saírem. Inimigos tentarão invadir esse perímetro para acessar Carcosa e auxiliar Igor.
-Parece interessante. - Comentou Marcos.
-Você quer mesmo participar disso, irmãozinho? - O tom maternal de Lúcia causou estranhamento nos outros três herois.
-Sim. -Marcos deu o último gole no chá – Eu fui arrastado pra essa desgraça contra a minha vontade, mas já é muito tarde pra pular fora. Além disso, agora eu tenho a força qque eu precisava pra encarar tudo isso sem medo; vai ser a minha forma de me redimir com meus pais biológicos.
-Lúcia abraçou o irmão.
-Vocês têm o tempo que julgarem necessário para se preparar. -Falou o Rei Amarelo - Também poderão se retirar da batalha para tentar uma nova investida no futuro, mas se fizerem isso haverá uma punição surpresa.
O Rei então desapareceu no ar.
*
-Estão todos prontos? - Perguntou Douglas.
-Pode crer. - Respondeu Ana.
-Afirmativo. - Disse Alexandre.
-Vamos esmagar esses malditos e pôr um fim nessa desgraça. - Bravejou Marcos.
Estavam os quatro reunidos no parque Kiamái Kierê. Douglas escolheu esse lugar por ser um ponto afastado das pessoas e também por causa do valor sentimental que aquele lugar tinha pra ele.
Douglas tirou o cabelo da frente do rosto e então apontou a lanterna extramundana pro sol-lua dourado no domo roxo cobrindo Ponta de Faca.
Um poderoso feixe de luz amarela saiu da lanterna até o ponto no “céu”, se tornando uma escada rolante translúcida.
-É agora. - Disse Douglas.
Douglas subiu na escada, seguido por Ana e então por Alexandre.
Marcos observou seus amigos subirem a escada até o topo do domo.
Barulhos começaram a vir do meio do mato.
-Quer que eu mande seu equipamento? - Perguntou Lúcia.
-Não precisa. - Respondeu Marcos, se transformando em Akleos. - Eu posso sentir que Shutendoji me abençoou: A transformação não doi mais. Nem no corpo e nem na alma.
-Que bom. - Falou Lúcia, aliviada.
Do meio das árvores, saíram aqueles homúnculos munidos da máscara de transformação, as “múmias metálicas”.
-Os homúnculos também são vítimas disso tudo, - comentou Akleos, erguendo a guarda – mas muito mais pessoas sofrerão se eu não combatê-los.
Os homúnculos avançaram.
Akleos socou no “rosto” o primeiro homúnculo que chegou perto o bastante.
A sensação de culpa que se apoderou do corpo do heroi-monstro desapareceu instantaneamente no momento em que o homúnculo se levantou, pronto pra mais.
“Saquei”, pensou Akleos, “Não sinto mais dor, mas ao mesmo tempo também fiquei mais fraco. Bom, não existe almoço grátis.”
*
Os olhos de Douglas, Ana e Alexandre demoraram pra se acostumar com o que estava do outro lado do portal, mas quando conseguiram processar as imagens, foi como se tivessem sido atropelados por um caminhão:
Os três estavam dentro do que parecia ser um coliseu feito de ouro.
A arquibancada era ocupada por vários seres; alguns pareciam ser humanos, outros lembravam criaturas lendárias da Terra, e mais alguns podiam ser descritos apenas como “aliens”.
-Cidadãos de Carcosa! - Uma voz retumbou por toda a arena. Voz essa que foi facilmente reconhecida como sendo do Rei Amarelo.
Os herois olharam pra cima e viram o Rei bem no alto, em pé em pleno ar.
-Preparem suas emoções para o combate que vai decidir o destino do planeta conhecido por seus habitantes como “Terra”!
Gritos, uivos, chiados, gargarejos, estalos e outros tipos de som se espalharam pela plateia.
Uma porta se abriu no lado da arena oposto a onde os herois entraram.
-E agora vindo da outra ponta, - O Rei Amarelo anunciava tudo com empolgação, ele claramente se divertia com aquilo – aquele que clama o direito de moldar um novo mundo! Saúdem nosso campeão!
As criaturas da plateia se agitaram mais uma vez quando o adversário dos herois saiu pela porta.
O Rei Amarelo respirou fundo, embora não tivesse necessidade física disso:
-IIIIGOOOOR MEEENDEEES!!!!
Eis que então Igor se mostrou novamente, trajando seu típico terno.
-Relembrando as regras: - Disse o Rei Amarelo – Igor precisa matar os três desafiantes para que assim seu destino se cumpra, assim como os desafiantes devem matá-lo para que o fluxo temporal corra a seu favor.
O Rei fez uma pausa, observou todos ali e então continuou:
-Os três adversários podem fugir da luta para tentarem novamente em um momento mais auspicioso, mas se fizerem isso haverá uma punição surpresa.
A plateia ficou surpreendentemente quieta.
-Muito bem, que o espetáculo comece! - Fogos de artifício estouraram a partir do corpo do Rei Amarelo.
Os seres da plateia voltaram a vibrar.
-Então é isso. -Disse Douglas – Hora de acabar com essa merda.
Douglas então se transformou em Semreh Cocytus, seguido por Ana virando Madre-Ax e Alexandre tornando-se Chevielier Blanc.
-Muito bem. -Disse Igor – Minha vez.
-Cuméquié? - Estranhou Madre-Ax.
Igor estendou as palmas das mãos para o alto, e um forte calor ocupou a arena enquanto uma onda de energia partia da alma de Igor e envolvia seu corpo, cobrindo-o com o típico traje que Semreh e Madre-Ax tão bem conheciam.
A transformação de Igor foi especialmente desconfortável para Semreh Cocytus: Ela lembrava o Semreh tradicional, mas o traje era branco aonde em Semreh era preto, e vermelho aonde em Semreh era azul. Além disso, ao invés do pequeno par de chifres azuis, a transformação de Igor tinha uma auréola vermelha flutuando sobre sua cabeça.
-Meu nome é Yarus. -Disse o inimigo dos herois, erguendo a guarda.
*
Três homúnculos foram cortados ao meio ao mesmo tempo.
Akleos havia se fundido com três de seus robôs, ganhando assim uma motosserra em cada mão e quatro braços com metralhadoras brotando de suas costas.
Também havia um grupo de palaisants espalhados pela área, combatendo os homúnculos que escapavam do alcance do heroi-monstro.
Akleos conseguia enfrentar até 10 homúnculos sozinho graças ao seu equipamento adicional, enquanto os palaisants precisavam estar em três para derrotar 1 inimigo.
Ainda assim, o esforço conjunto foi capaz de destruir os homúnculos empoderados.
-Descansem em paz. - Disse Akleos, chorando lágrimas de sangue.
Sons fortes de alguém ou algo correndo vieram do meio das árvores.
-Ainda tem mais? - Aborreceu-se o monstro falante, erguendo as serras e apontando as metralhadoras pra direção de onde vinha o som.
De dentro do bosque saiu aquele típico lobisomem de três bocas que a Kegareshi tantas vezes enfrentou.
Porém dessa vez era diferente: Assim como os homúnculos, o Hastur também usava aquela máscara parecida com a do Rei Amarelo. Como a máscara foi feita para proporções humanas, ao invés da cabeça do lobisomem ela ficava acoplada no tórax, daonde brotavam as faixas metálicas que se enrolavam no corpo do usuário e o empoderavam.
Akleos disparou uma chuva de tiros contra o inimigo, e os palaisants fizeram o mesmo.
Cada bala causava um impacto gigantesco no corpo do Hastus, que ainda assim encontrou forças pra ignorar os disparos e esticar suas nove línguas.
Alguns palaisants foram empalados pelas línguas, mas a maioria conseguiu se defender usando seus facões.
Akleos avançou com suas motosserras, mas o lobisomem segurou cada uma com uma mão, ignorando que Akleos simplesmente aumentava cada vez mais a potência do giro das serras.
Chegou um momento em que já não dava mais pra aguentar, mas ao invés de simplesmente largar as serras, o lobisomem apertou suas patas ainda mais forte até conseguir quebrá-las e com uma só patada derrubou Akleos no chão.
-Não! Merda! - Gritou Akleos ao ver o Hastur correndo em direção à escada ligando a Terra à Carcosa.
Vários palaisants avançaram contra o zumbi de armadura para contê-lo, enquanto outros disparavam com suas uzis.
O Hastur simplesmente ignorou as balas enquanto empurrava pra longe os outros palaisants com as costas da mão.
O monstro então saltou em direção à escada rolante amarela para ajudar seu mestre a combater os outros herois em Carcosa.
Antes que pudesse sequer tocá-la, foi atingido por um míssil.
O grifo branco vinha voando em direção ao campo de batalha com Marie “surfando” em suas costas e o braço transformado em canhão, fumaça ainda saía do cano.
Maurício e Marie pousaram no parque.
-O que vocês tão fazendo aqui? - Perguntou Akleos, se levantando.
-Igor se mostrou um colega muito difícil de lidar, desrespeitando a mim e o meu trabalho. - Disse o grifo – Será um prazer ajudar vocês a impedirem-no de realizar seu sonho.
O lobisomem avançou contra Maurício, que rebateu com um chute de suas pernas de leão. Marie lançou mais um míssil contra a fera.
O lobisomem ficou atordoado, indeciso se deveria atacar alguém ou tentar invadir a escada.
Akleos sentiu um aperto no coração ao ver o Hastur agindo como um animal acuado, mas logo se lembrou do que estava em jogo.
Ele então se jogou contra lobisomem desmorto. As duas feras se engalfinharam, trocando mordidas e arranhões.
Em um dado momento o Hastur acabou rendendo Akleos.
Maurício e Marie foram ajudar, o grifo fincando suas garras de águia na máscara peitoral do inimigo para arrancá-la, e Marie ativando sua couraça robótica pra ter mais força pra arrancar a cabeça do Hastur.
Aproveitando que estava livre, Akleos desferiu um gancho contra a máscara, facilitando Maurício arrancá-la. Feito, deu um upper no queixo do monstro, decapitando-o de vez.
O Hastur se evanesceu em fumaça roxa.
Todos se destransformaram.
-Agora é torcer pros outros conseguirem fazer a parte deles. - Disse Marcos, contemplando o portal dourado no céu.
*
Na arena em Carcosa, Yarus permanecia parado, com a guarda erguida.
-Sempre assim, né? - Disse Semreh Cocytus – Você nunca dá o primeiro golpe, está sempre “só se defendendo”.
-Semreh, estamos apenas aguardando o seu sinal. - Declarou Chevielier Blanc.
-É isso aí! - Concordou Madre-Ax – Uma ordem sua e vamos rachar a cabeça desse filho da puta! - Madre-Ax alisava o cabo de seu machado de maneira sugestiva.
-Vambora! - Bradou Semreh, avançando contra Yarus.
Chevielier e Madre-Ax foram logo em seguida cercando o inimigo.
Yarus desferiu um tegatana contra a lâmina do machado de Madre-Ax, desestabilizando a guerreira. Em seguida deu um chute com a planta do pé em Chevielier, derrubando-o no chão.s
Semreh teve mais sorte, dando um soco explosivo em Yarus que o arremessou até a parede da arena.
A plateia emitiu sons de espanto com aquela cena, impressionada.
-Você é sempre o mais difícil de prever. - Comentou Yarus, se recuperando.
Chevielier conjurou sua uzi e disparou contra Yarus.
O inimigo vermelho e branco inicialmente se esquivou dos disparos, mas após ser atingido e perceber que não machucava tanto, ele saltou em direção a Chevielier.
Madre-Ax rodopiou e arremessou seu machado para interceptar Yarus, e Semreh aproveitou para energizar o ar por onde o machado passava.
Porém, Yarus foi capaz de se esquivar em pleno salto, e então atingiu Chevielier com um tegatana.
O machado de Madre-Ax foi parar na arquibancada, causando uma explosão.
Ninguém se feriu.
Com um gesto, o Rei Amarelo fez com que o machado voltasse para as mãos de Madre-Ax.s
O visor de Chevielier indicava que a armadura não resistiria a mais um golpe. Talvez Alexandre não resistiria.
Chevielier decidiu apelar: Conjurou o olho flutuante e disparou seu feixe de luz contra Yarus.
Rapidamente, o inimigo agarrou Madre-Ax e a jogou contra o laser.
A plateia vibrou ao ver Madre-Ax ser atingida por seu próprio aliado e se destransformando de volta em Ana.
-Uma incrível demonstração de habilidade de Yarus! - Bradou o Rei Amarelo – Mas Ana ainda está viva, então a luta continua!
-Peraí, o quê?! - Indignou-se Ana, ainda no chão.
Yarus avançou contra a moça, mas antes que pudesse dar o golpe de misericórdia, Chevielier entrou na frente, sendo atingido no lugar.
Alexandre caiu no chão; sua camisa estava rasgada e havia um hematoma enorme em seu tórax.
Semreh imediatamente lançou uma rajada de vento contra Yarus, jogando-o pra longe de seus amigos.
Semreh então energizou o ar atrás de si pra gerar uma explosão, impulsionando-o até o inimigo.
Yarus rebateu com um chute frontal. No momento em que foi atingido, Semreh agarrou a perna de seu pai e a energizou, causando uma explosão.
-Maldito… - Praguejou Yarus, se recuperando com dificuldade.
-O que foi? - Provocou Semreh – Não consegue se regenerar quando está transformado?
Yarus mancou um pouco, mas logo voltou ao normal. Ele olhou para Alexandre e Ana e deu passos em direção a eles, mas Semreh entrou na frente.
-Eu sou seu oponente. - Disse o jovem.
Aborrecido, Yarus estendeu a palma da sua mão para Semreh, liberando um clarão muito mais forte que o normal.
Além de perder a visão, Semreh também perdeu o equilíbrio e sentia uma forte dor de cabeça.
Yarus fez questão de aumentar ainda mais essa dor, dando um chute na cabeça de Semreh.
Douglas rolou destransformado com o impacto. Sua visão voltou um pouco, mas ele ainda só enxergava vultos.
O rapaz podia ver uma mancha se aproximando.
-O momento para o qual você nasceu finalmente chegou. - Ouviu-se a voz de Yarus.
A visão de Douglas melhorou mais um pouco. Ele foi capaz de enxergar um pé, prestes a esmagar sua cabeça.
-A gente se rende! - Gritou Ana.
Vaias e gritos de revolta partiram da arquibancada. Eles queriam ver sangue sendo derramado, não uma rendição.
-Tem certeza disso? - Perguntou o Rei Amarelo ao descer pro chão da arena.
Ana hesitou. Ela falou aquilo no calor do momento.
A moça se virou para Alexandre.
-Sim, nós vamos nos retirar por ora. - Confirmou o soldado – Vamos recuperar nossas forças e tentar novamente em outro momento.
O Rei Amarelo começou a rir. Não era uma risada de tom vilanesco, parecia mais uma criança se divertindo com seu desenho favorito.
“Se o Rei Amarelo está feliz, quer dizer que vem desgraça”, pensaram os três herois juntos sem saber.
Os seres na plateia pareciam compartilhar dessa opinião: Dentre aqueles cujas feições eram parecidas o bastante com a do rosto humano, Douglas, Ana e Alexandre podiam notar medo, apreensão e ansiedade.
O Rei Amarelo então ergueu sua mão direita para o alto, conjurando uma gigantesca folha de papel com caracteres estranhos grafados nela. Uma espécie de fogo dourado também envolvia o papel sem queimá-lo.
-Eu, o Rei Amarelo, - Começou o governante de Carcosa – autorizado pelos meus irmãos e irmãs do Conselho Púrpura, formado pelo Bispo Ciano, a Torre Verde, o Cavalo Escarlate e a Duquesa Laranja, bem como todos os Alkhez sob a liderança dos mesmos, reconfiguro os componentes do destino para aplicar a punição contra aqueles que tentaram fugir do Jogo Sagrado!
Uma “tela” tão grande quanto o papel surgiu no ar, mostrando um lugar que parecia ser alguma cidade do Nordeste brasileiro.
Para a surpresa dos herois, um terremoto sse iniciou naquela cidade.
-O que tá acontecendo?! - Perguntou Douglas.
-O momento mais glorioso na História de qualquer planeta! - O Rei Amarelo bradou a plenos “pulmões” – O despertar de um Urgheol!
Pouquíssimos seres na plateia compartilhavam da opinião do Rei Amarelo, e suas comemorações atraíam olhares tortos dos demais.
Na transmissão, uma enorme fissura rasgou o solo da cidade, e de dentro dela saiu um caranguejo colossal de aparência horrenda, que imediatamente começou a destruir cidade ao passo em que devorava qualquer pessoa em quem conseguisse colocar suas pinças.
-Reclame aquilo que é seu por direito, oh Verdadeiro Dono do Planeta! - Proclamou o Rei Amarelo.
Douglas se virou para seu pai. Yarus havia se destransformado de volta em Igor, e estava fazendo algo que raramente fazia.
Estava sorrindo.
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